Juliano Abe ganha aliada na luta por ressarcimento na saúde

29 de janeiro de 2018

Senadora reforça compromisso para que sejam repassados às cidades valores gastos com atendimentos feitos na rede municipal a pacientes de planos privados de saúde

O justo ressarcimento aos cofres municipais dos valores gastos com o atendimento feito pela rede municipal a pacientes que têm plano privado de saúde é alvo de ações de Juliano Abe (PSD) desde que estreou na política, em 2013, como vereador. Atual vice-prefeito de Mogi das Cruzes, ele ganhou uma aliada nessa batalha.  Em recente visita à Cidade, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) reafirmou compromisso com o processo descentralizado para garantir os repasses à cidade prestadora do serviço.

A Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/1998) determina a restituição ao Sistema Único de Saúde (SUS) do valor total da despesa com atendimentos prestados a beneficiários de planos privados de saúde. Ocorre que o montante segue para Fundo Nacional de Saúde (FNS) e não para os municípios que prestaram o serviço. Inexiste descentralização e, se a Cidade quiser o ressarcimento, precisa abrir junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um processo administrativo para cada paciente. “É um caminho longo, burocrático e caro”, define o vice-prefeito.

Já em 2013 Juliano havia detectado o problema e dirigido uma Moção de Apelo (051/13) ao governo federal para o ressarcimento direto aos cofres da Municipalidade dos valores gastos na rede municipal com atendimento de pacientes que possuem plano privado de saúde. Como a burocracia perdurava, ele reiterou o pedido em 2016, por meio da Indicação 072/16. O trabalho do vice-prefeito foi recepcionado pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), que também pressiona pela restituição às cidades.

O compromisso de Marta abre um novo horizonte. De autoria dela, o projeto de Lei do Senado (PLS 308/2015) prevê a descentralização do processo de restituição com repasse automático ao fundo estadual ou municipal de saúde da localidade onde ocorreu o atendimento. “Ou seja, acaba com a burocracia que obriga o Município a brigar pelo ressarcimento de cada caso atendido com possibilidade de reembolso”, simplifica Juliano.

Segundo Juliano, levantamento da Administração Municipal mostra que Mogi das Cruzes poderá receber cerca de R$ 1,5 milhão por ano, a título de restituição dos valores gastos na rede pública municipal com beneficiários de planos privados. Um cliente que utiliza, por exemplo, o Hospital Municipal para fazer uma cirurgia tem o custo do procedimento pago com dinheiro da Cidade. Mais tarde, o Ministério da Saúde cruza as informações e cobra dos planos o montante referente à operação. Entretanto, o dinheiro segue para o Fundo Nacional de Saúde, em Brasília, e não para os cofres do Município. A aprovação do projeto é fundamental para acabar com a injustiça porque, aponta o vice-prefeito, garantirá que o valor seja creditado para a prefeitura que prestou o serviço.