Criação de mais jazigos depende de muito planejamento

Artigos | 21 de março de 2016

Mogi das Cruzes possui 18,5 mil jazigos nos três cemitérios municipais da cidade, que já não possuem mais sepulturas para serem comercializadas. Com isso, é mais do que hora de pensarmos em soluções para um problema que envolve a todos: é preciso haver mais espaços para sepultar nossos mortos.
Este é o grande desafio das cidades grandes. Com o crescimento vertiginoso da população, é evidente que os espaços para sepultamentos não crescem na mesma proporção. Precisamos, portanto, planejar esta questão desde já.
Com a dificuldade de zoneamento e meio físico – pois não é qualquer lote que pode servir como cemitério – temos que ponderar também os traços culturais e religiosos de nossa sociedade. Tenho certeza de que alguns credos terão dificuldade na aceitação de algumas modalidades de jazigos como, por exemplo, os cemitérios verticais.
Além disso, a legislação vigente dificulta a implantação de empreendimentos alternativos, como os crematórios, uma vez que a Vigilância Sanitária exige que as áreas no entorno do crematório sejam preservadas.
Nesse debate de novas ideias talvez a solução não seja necessariamente a desapropriação de áreas, mas sim uma Parceria Público Privada, para a criação de novos cemitérios.
Assim, aumentaremos a oferta de jazigos para a população e teremos um fôlego para evitar a tão temida situação que fora vivenciada na vizinha Biritiba Mirim, onde foi decretado que era “proibido morrer”. Trata-se, portanto, de um assunto de interesse comum para todos nós.

Juliano Abe, vice-prefeito de Mogi das Cruzes, é advogado pós-graduado em Direito Ambiental pela USP e consultor em meio ambiente com especialização em Gestão Ambiental e Sistemas de Gestão Integrada