Acordo de Paris: consenso para mudanças climáticas

Artigos | 23 de junho de 2016

Cento e setenta e cinco países assinaram o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, incluindo o Brasil. Depois de debates acalorados, com o perdão do trocadilho, chegou-se ao consenso sobre a importância do tema, no combate integral para conter a alta temperatura global. Entretanto, a assinatura é apenas um passo para a validade do Acordo Internacional que ainda pende das ratificações dos países. No Brasil por exemplo essa ratificação depende de aprovação do Congresso Nacional.
O acordo veio em boa hora, afinal, dados da Agência Atmosférica dos Estados Unidos apontam que o mês passado foi o março mais quente já registrado em temperatura global. No entanto, cabe aqui uma ressalva, que já fiz em artigos anteriores: é preciso que cada país signatário, sobretudo os menos desenvolvidos, façam uma revisão da matriz elétrica que utilizam.
É mais do que hora de pensar em fontes limpas de geração de energia. Durante a COP-21, muito se falou em metas de cada País para reduzir a temperatura. Mas não bastam apenas percentuais a serem perseguidos, é preciso pensar o clima de uma maneira muito mais ampla, incluindo a produção de energia que, no Brasil, as matrizes energéticas ainda estão calcadas em fontes não-renováveis, como o petróleo, embora tenhamos um parque hidrelétrico significativo que opera muito bem quando o regime de chuvas é regular.
Preocupa-me o fato da ratificação brasileira depender da aprovação do Congresso Nacional, não pelo tema em si, pois tenho certeza de que: “pelos meus filhos, meus pais, minha cidade” esta agenda terá a aprovação necessária. Mas vivemos um momento turbulento na política nacional, em que as agendas positivas, econômicos e sociais, vem sendo postos de lado em detrimento do processo de impedimento da Presidenta.
Torço para que os filhos, netos e bisnetos integrantes da futura geração de nossos congressistas possam motivar também a rápida tramitação do processo de ratificação do Acordo de Paris

Juliano Abe, vice-prefeito de Mogi das Cruzes, é advogado pós-graduado em Direito Ambiental pela USP e consultor em meio ambiente com especialização em Gestão Ambiental e Sistemas de Gestão Integrada